domingo, 23 de outubro de 2011

Como me tornei ateu

     Achei interessante falar sobre isso. Não me tornei ateu por pouca fé – acho que rezava até demais pra Deus antes de me tornar ateu -, é uma questão de observação, entendimento e muita leitura. E quando falo de muita leitura devo dizer que não lia apenas livros sobre ateísmo, na verdade esse tipo de livro só apareceu em minha vida no ensino médio(no ano de 2007). Meu primeiro livro sobre religião foi a Bíblia, li duas vezes uma bíblia comum e muito pesada.




     Quando eu tinha oito anos já tinha visto desenhos animados sobre outros deuses diferentes, como Thor e Hércules, e eu comecei a pesquisar na internet sobre eles. Eu via que muitas pessoas antigamente louvavam e adoravam deuses nórdicos e greco-romanos, mas todos esses deuses e crenças foram “exterminados” pelos adoradores de Jeová – se você não sabe, é esse o nome dele na Mitologia Hebraica -, o deus que eu seguia. E eu achava isso maravilhoso e decidi ler uma bíblia “de verdade”.
     Eu era obrigado a ir à Igreja Católica aos domingos, e pra não ficar ouvindo o padre com aquela conversa que eu não entendia, eu levava uma Bíblia e ficava lendo. Eu comecei a ver a grande diferença entre as bíblias ilustradas e a bíblia “de verdade”. A bíblia ilustrada, não tinha versículos, pulava muitas estórias (ou histórias), e era carregada de interpretação, assim como muitas Bíblias de Estudo são hoje.
     O pior da Bíblia começou desde o começo na verdade, com Adão e Eva. Eu tinha a idéia de que Jeová era bom, piedoso e todo-poderoso (onipotente), mas tudo isso veio abaixo com a compreensão que tive da expulsão de Adão e Eva do Jardim do Éden. Se Jeová tinha o poder da previsão, como ele podia se irritar com Adão e Eva por eles terem comido do “fruto proibido”? Eva foi enganada por outra criatura de Jeová, a cobra ou a serpente, e todo o mal que uma criatura de Jeová (a cobra) causou para Adão e Eva é motivo para a punição eterna aos três e também aos seus descendentes?
     Eu mal tinha começado a ler a Bíblia e já estava odiando Jeová. Apesar de tudo, não parei por aí. Li toda a Bíblia em seis meses, pois tive muita vontade de terminá-la, então, não li ela apenas quando ia à igreja. Hoje posso dizer que meu livro favorito da Bíblia é o Cânticos (leiam para entender o por que). Parei de ir à Igreja aos nove anos, não por que eu me recusei a ir, mas por que não era mais obrigado a ir.
     Ainda assim não tinha me tornado ateu, só me tornei ateu aos catorze anos. Me tornei ateu depois de uma aula de Biologia – na verdade se chamava Ciências na época - sobre a criação do Universo. A professora não me deu uma explicação tão legal sobre a Teoria do Big Bang – felizmente eu não tive prova sobre o assunto -, mas ela soube explicar facilmente o Criacionismo.
     Eu fui pesquisar, então, na internet sobre as diferenças entre as duas hipóteses. Enquanto pesquisava sobre elas, me lembrei do criacionismo de outras mitologias – a nórdica, a greco-romana e outras depois – e me deparei com muitos criacionismos diferentes. O Big Bang se tornou muito mais aceitável pra mim não só por isso, mas por que usamos a ciência na maior parte de nossas vidas e ignoramos muita coisa da Bíblia.
     Muitos outros argumentos eu poderia colocar aqui para sustentar meu ateísmo, mas seria muito maçante também para mim.

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