sábado, 29 de outubro de 2011

Aborto

      Vou logo dizendo, que tudo que eu colocar aqui é o meu pensamento sobre o assunto. Não sei qual o posicionamento dos outros autores sobre isso, e mesmo que soubesse, não teria por que publicá-los em meus posts.

     Por que é tão difícil abortar? Aborto de gravidez, não estou falando em abortar missões. Toda vez que penso nisso, eu penso em minha discriminação com a Igreja Católica e com os seus seguidores. Se em nossa constituição não estivesse escrito que nós somos um país laico, eu, talvez, não os discriminasse tanto por serem um dos motivos desse problema. Entendam-me, eu tenho amigos católicos, mas consigo relevar essa característica, afinal, ser católico não torna alguém ruim, suas idéias e ações é que sim.


     Vamos voltar a falar de aborto. A minha idéia é que toda mulher deve abortar, se assim quiser. Não tenho excessões. Ela tem todo o direito, já que o corpo é dela, de abortar. Se há riscos, ela será avisada e decidirá ela mesma. Em qualquer procedimento cirúrgico, menos aquele em que o paciente está inconsciente, o cirurgião diz ao paciente os riscos da cirurgia, não seria diferente com um caso de aborto. Se a mulher saberia todos os riscos da cirurgia, ela tem todo o direito em escolher, então por que ainda tem gente que diz que a mulher não deve abortar? Deve ser pelo fator, em minha opinião, idiota e egoísta: "O feto tem alma". E daí se ele tem alma ou não!? A pessoa que diz isso é seguidora de uma idéia sem embasamento científico, por que é isso que a Medicina é: CIÊNCIA. Não dá pra misturar espiritualidade com medicina, por que o médico não sabe costurar lençol de fantasma. O médico só sabe trabalhar com o material.
     Tendo isso em vista, é que penso que todos deveriam se preocupar no bem da mulher, e não no bem do feto. Vamos dizer que uma mulher tenha sido estuprada e fique grávida, grande será o mal que o bebê, de um homem que violentou essa mulher, pode causar a ela. Um mal psicológico, que vai atingir ela a cada dia de sua vida. Um estupro já deve ser ruim, imagine carregar o bebê do estuprador. Claro que isso fica só em minha especulação, mas creio que ser violentado sexualmente não é nada legal.
     Uma vez me pediram, em uma discussão sobre esse assunto, que eu me imaginasse no lugar do feto, pois bem, aqui vai minha resposta - que dei também na época. Eu não posso me imaginar no lugar do feto, pois eu não tenho nenhum relato de nenhum feto. Eu não posso pensar subjetivamente em uma questão objetiva como essa. Ao contrário das mães, que delas podem ser achados inúmeros relatos.
     O aborto deve ser legalizado o mais rápido possível, ou muito mais abortos clandestinos serão realizados. Muitas outras mulheres seram penalizadas em clínicas clandestinas, ou com objetos achados em casa. Elas matam não só o bebê, mas essa operação nada cuidadosa continuará a ser realizada para a morte de si mesmas. Penso no aborto e o que vem na minha cabeça é que legalizando ou não o aborto, ele vai continuar acontecendo, é uma questão de saúde pública e legalizando poderia melhorar a estrutura pra receber essas mulheres. O aborto sendo legalizado ou não, elas continuaram abortando o bebê, e, talvez, as próprias vidas.
     Voltando a questão religiosa, devemos nos lembrar de que não podemos ser parados por idéias vindas de um idoso desconhecedor da vida social comum, estou falando do Papa se não perceberam. Devemos nos libertar de qualquer religião quando se trata de um assunto humanístico que as religiões não conseguem conciliar. Tratar da mulher é muito mais importante do que a alma dela, afinal, pelo meu conhecimento de Bíblia, que é o livro que religiões cristãs pregam, as almas pertencem a Deus e ao Diabo, então deixem que eles cuidem-nas.

     Eu não acredito em alma, só estou querendo dizer para esquecerem da espiritualidade nessas horas e partirem pro que é real, e o que realmente podemos mudar.

     Se eu me esqueci de tratar de algum aspecto – tenho certeza que esqueci – dentro da problemática do aborto, por favor, me avisem.

5 comentários:

  1. GOSTEI, O CERNE DA QUESTÃO DO ABORTO FOI TOCADO: SAÚDE PÚBLICA, DECISÃO DA MULHER SOBRE SEU CORPO E A ENTÃO POSIÇÃO DO ESTADO NESSA PRÁTICA. ME LEMBREI DA PROFª ELIANE QUANDO DEU AQUELA AULA. O IMEDIATISMO RELIGIOSO COMO TAL DEFINO DEVE SER POSTO DE LADO EM ANÁLISES COMO ESSA E O PRIMORDIAL É FAZER O EXERCÍCIO DE "DESASNAR".

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  2. gostei,realmente o brasil n é nada laico velho,e outra n dá mesmo pra misturar as coisas,isso só atrapalha mais o andamento das coisas.abraço
    legaliza brasil!marcelo

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  3. É uma das provas de que o patriarcalismo existe ainda firme e forte. A questão passa de direito da mulher para decisão da sociedade e eu não concordo, é direito da mulher sim! Temos que parar de querer tomar conta do corpo da mulher (como antigamente o corpo pertencia primeiro ao pai e depois ao marido), como se fez durante toda a História.

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  4. Graanndeee Felipe!!!! Tudo beleza man??

    Como tu me pediu to aqui pra ler o teu texto sobre o aborto...Tu escreve muito bem cara,Parabéns,de verdade!!!

    Peço licença para discordar de vocês...

    Em primeiro lugar concordo plenamente que a mulher possui direito exclusivo sobre todas as partes do seu corpo,mas entendamos aqui o que são partes do corpo,na minha humilde opinião eu entendo como parte do corpo,por exemplo: os braços,as pernas,as unhas,o cabelo,os tecidos,os órgãos e etc...e no meu entendimento o feto não se encaixa em nenhuma das descrições dadas para parte do corpo,o feto é um ser,uma vida,logo humanamente e constitucionalmente(Ainda Bem) falando um ser humano não possui o direito de tirar a vida de outro.Podemos então,em suas devidas proporções,comparar um aborto a um assassinato,pois do mesmo jeito que a mãe escolhe se o feto vive ou não,um assassino escolhe a vida ou a morte para sua vitima.

    No caso de estupro,tenho plena consciência do trauma fortíssimo que esse crime abominável traz para vida de uma mulher,porém fica a pergunta: o que é mais importante: um trauma fortíssimo que guardadas as devidas proporções pode ser amenizado ou curado por terapeutas(Não estou aqui desmerecendo a dor e o trauma) ou uma vida que depois de arrancada não tem mais solução?Sei que carregar um Bebê fruto de um crime traz uma dor terrível,mais uma vez não quero desmerecer essa profunda dor,mas estamos falando de uma vida e não de uma parte do corpo que pode ser cortada como uma unha ou retirado como um órgão com câncer.Depois quando o filho nascer se a mãe não o quiser pode entregá-lo a uma instituição que cuide dele e logo aparecerá alguém para lhe dar um lar...Sei que não é justo levar uma gravidez fruto de um estupro,mas seria justo impedir uma vida?Seria Justo compensar um crime com outro?

    Bom,é um tema bastante polêmico,mas esta é minha humilde opinião...

    Abraço a Todos!!!

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  5. Obrigado pelo comentário Junior (Max).

    Devo dizer que respeito sua opinião sobre partes do corpo, mas, com certeza, não é igual para mim. Se algo está dentro de mim, vivo ou morto, eu tenho autoridade sobre ele.

    Você falou sobre um feto dentro da mãe. Um organismo vivo dentro de outro organismo vivo. Uma vida dentro de uma vida.
    Me lembrei de algumas comparações que deixei de fazer no post, então lá vai.
    Pense em outras vidas que podem ser encontradas dentro de um corpo humano: bactérias, vírus, fungos, vermes (lombrigas ou asquelmintos). Todos eles podem ser exterminados do nosso corpo Depende de cada um querer ou não. Muitos desses são, de praxe, exterminados sem nem pensar duas vezes. Se uma vida dentro de uma pessoa causa mal à ela, ela necessita exterminar assim que possível, pra não ter que sofrer depois.

    Quanto a sua pergunta: "o que é mais importante: um trauma fortíssimo que guardadas as devidas proporções pode ser amenizado ou curado por terapeutas(Não estou aqui desmerecendo a dor e o trauma) ou uma vida que depois de arrancada não tem mais solução?". Devo dizer que você mesmo respondeu: "carregar um Bebê fruto de um crime traz uma dor terrível".

    O entendimento que eu espero que você tire é que: eu vejo este assunto de uma forma biológica, não entendendo que a vida mais importante é aquela que eu não posso conhecer, que eu não posso ver; a vida mais importante é aquela que eu posso conhecer, que eu posso ver, que eu posso amar.

    Mais uma vez obrigado pelo seu comentário! Abraço!

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