A arte perpassa por toda a história da humanidade e desempenha papel fundamental na nossa cultura, durante esse percurso ela se desenvolveu, modificou e seguiu outros caminhos (muitas vezes retomando o caminho anterior), muitas vezes agradou, em outros momentos desagradou, foi monumental ou foi simples, mas independente do que foi feito com ela, nunca deixou de estar presente e ser peça fundamental na sociedade humana.
Para muitos, arte não possui valor, não vale o preço que cobram, é inútil e sem significado, para outros é maravilhosa, mas exacerbam isso e entram em conflito, querem dar mais valor a um movimento, um período, ou o contrário querem desprezá-lo e destruí-lo como arte, tornam o mundo artístico um campo de guerra, sem perceber que não importam o quanto briguem, arte é arte, e este nem mesmo possui um significado definitivo, ainda é um termo vago e abrangente. Devemos observar os movimentos artísticos, e os tipos de arte não como uma competição de beleza, criatividade e conhecimento, mas como um conjunto de visões de mundo, de interpretação e necessidades próprias e necessárias. Muitos não suportam estudar arte, mas todos adoram escutar uma boa música, assistir um filme, ler um livro, dançar, tantas coisas que elas nem percebem que vivem em meio a arte, e até mesmo a casa onde moram não seria nada sem a arte e o modo como ela se desenvolveu. Não estou querendo afirmar que todos devem estudar arte, principalmente se não gostam (eu não gosto de história contemporânea, e nem pretendo estudar de forma profunda, mas sei o quão importante esse período é para nós).
Decidi trazer para o público, de forma mais simples e compreensível, os movimentos artísticos (de preferência as artes plásticas, mas caso seja possível tentarei trazer outros tipos de arte). Para isso irei fazer uma tabela simples dos movimentos artísticos, para compreender melhor a estrutura da arte.
É importante entender que mostrei alguns dos muitos movimentos, mas durante a modernidade muitos se ramificaram em pequenas ideologias que se assemelham com a original, então reduzi ao ponto de excluir alguns, não querendo dizer que não existam.
Pré-história
Ossos, a terra, as pedras e os metais tornam-se representativos.
Idade antiga
A valorização dos deuses, o cotidiano, costumes imutáveis e a transformação dos ambientes em obras de arte.
Arte mesopotâmica e persa
Profanos e divinos, um mundo de reis e divindades imponentes e poderosos.
Arte egípcia
Rígidos e colossais com seus padrões eternos.
Arte germânica e celta
Primários porém delicados, o mundo formado por laços e nós.
Arte grega e romana
Delicados e a busca pela perfeição das formas, trazendo o divino para perto do terreno, os deuses são quase humanos, mas ainda sim tem grande poder.
Arte mesoamericana
Cores vivas e uma história macabra e imponente de tempos de prosperidade e de sobrevivência.
Arte extremo oriental
Delicados detalhes e a harmonia das formas em meio a movimentos suaves, um mundo de magia e espiritualidade.
Idade média
Deus único, tradição, hierarquia e submissão.
Arte islâmica
Proporção, tradição e detalhes, um mundo de um único Deus poderoso e feito de palavras.
Arte bizantina
Soberania, luxo e uma forma própria de trabalhar com as cores e as formas.
Arte românica
A Antiga Roma agora voltada para um Deus único.
Arte gótica
A arquitetura em direção ao céu, luzes e sombras compõem a beleza da tradição.
Idade moderna
Humanismo, ciência, razão, proporção e perfeição, pagãos e cristãos, sombras e luzes, a natureza e o belo.
Renascimento
A beleza e a harmonia, o claro e escuro, o humanismo e o classicismo, o mundo das ciências e da razão surge, e o poder de Deus é posto em questão.
Maneirismo
Os defeitos são suprimidos e amenizados, as formas são alteradas para tornarem-se mais agradáveis, os corpos tornam-se mais esguios e mais delgados.
Barroco
As linhas desaparecem, as sombras e as luzes intensificam-se, os contrastes são maiores e as igrejas entram em disputa, uma época de muitos anjos e harmonias no desequilíbrio.
Rococó
O exagero chega ao extremo, florais e estamparias em meio as paredes, aos móveis e as obras, os babados se intensificam e o luxo torna-se abusivo.
Neoclássico
O clássico ressurge em meio ao academicismo, época do surgimento das grandes escolas de arte e dos métodos de produção artística padronizada, a harmonia e a beleza tornam-se novamente o ponto em questão.
Romantismo
Os sentimentos e emoções em meio aos conflitos sociais e a indústria fria e seca, época de amores intensos, conflitos sangrentos e mortes dramáticas.
Pré-rafaelitas
O perfeito e amenizado deixam de ser o foco, mostrar a verdade e o singular tornam-se mais importantes.
Idade contemporânea
Liberdade, pontos de vista, cores, ideias, deformação, simplicidade , crítica
Movimentos modernos
Naturalismo e realismo
A realidade e a vida como ela é tornam-se o foco, o cotidiano e a vida simples e natural substituem os excessos e os requintes da vida elitizada.
Impressionismo
As manchas e as cores se misturam e tonam-se imagens, os detalhes não são mais importantes o que deve ser visto são as impressões.
Pontilhismo
Pontos formam imagens e sua organização define a intensidade das sombras e formas, a distância é o segredo.
Cubismo
Formas geométricas, retas e curvas definem as imagens, o mundo torna-se um conjunto de quadrados, círculos e triângulos.
Expressionismo
O interior deve ser o ponto principal, sendo expresso nas cores e nas formas, os sentimentos e o individual devem ser captados diretamente.
Fauvismo
Cores e movimentos agressivos compõem imagens de culturas singulares, um período selvagem em meio a uma sociedade civilizada.
Surrealismo
Os sonhos e as ilusões se misturam as cores e formas únicas e disformes, os símbolos retratam a realidade e a realidade está em meio a conflitos internos.
Simbolismo
O símbolo representa tudo, e tudo está em meio a símbolos, este é um mundo de interpretações e significação.
Art nouveau
O manuseio do ferro transforma-o em movimentos suaves e naturais, linhas e arredondamentos compõem imagens delicadas e muito trabalhadas, a arquitetura ganha um novo jeito de se expor.
Abstrassionismo
Formas disformes, manchas e símbolos desconexos ganham um novo olhar e um novo significado, interpretar em meio a loucura e ver qualquer coisa sair desta é o ideal.
Futurismo
A tecnologia e o mundo moderno invadem a arte, a geometria simples e os tons fortes, ou sóbrios, e movimentados compõem obras movidas pelas engrenagens e o mundo civilizado e atual.
Movimentos pós-modernos
Realismo socialista
A arte se torna um meio de publicidade, o porte imponente e as cores intensas e firmes compõem uma visão do mundo socialista vivo e vitorioso, aplicado as paredes e muros da cidade como um meio de mantê-los no poder.
Dadaísmo
Tudo pode ser arte, o importante é a significação e a crítica, a beleza não possui lugar, a arte se torna um meio de confrontar e todos podem tornar-se artistas.
Pop art
As cores vivas e reorganizadas, em meio a um mundo de imagens impressas e traços dinâmicos e ouzados, tornaram o que vemos uma imagem de múltiplas cores e efeitos.
Op art
O mundo se torna monocromático, linhas e círculos formam efeitos visuais próprios e ousados, época das roupas de listras e de bolinhas.
Arte conceitual
Pequenos movimentos e organizações podem assumir grandes significados, esse é o momento das interpretações e das idéias, os objetos apenas simplificam a lógica, a crítica é o grande alvo.
Minimalismo
Formas e cores simples ganham grande significação, um pequeno conjunto de traços ou cores podem representar algo complexo.
Instalação
Grandes extruturas organizadas com qualquer material, trazem a tona sensações visuais, táteis, auditivas e aromáticas, são momentâneas e impactantes.
Nenhum comentário:
Postar um comentário