sábado, 19 de novembro de 2011

O povo na Praça Tahir

Confronto entre a polícia e manifestantes na Praça Tahir, no Cairo, neste sábado
Confronto entre a polícia e manifestantes na Praça Tahir, no Cairo, neste sábado





                Nesses últimos dias, manifestantes estão se reunindo na tão conhecida Praça Tahir, no Cairo, pedindo que o governo militar facilite as eleições para eleger um governo civil no Egito, coisa que não se vê há muito tempo. Os mesmos manifestantes que passaram semanas na praça contra o governo de Mubarak estão se reunindo de novo para novos protestos.


    Assim que caiu o regime ditatorial egípcio, assumiu uma junta militar, a fim de colocar ordem no país e garantir um processo de transição. Coisa essa que, pelo visto, não está acontecendo. Se pararmos para pensar, veremos que não é difícil entender o motivo disso.


                O Egito é um país relativamente grande, de maioria islâmica. Seu PIB é de cerca de 200 bilhões de dólares, uma boa parte disso advém do turismo. O Egito tem fronteiras com "a menina de olhos de ouro" dos EUA, Israel. Se pararmos para analisar as várias guerras que aconteceram em Israel desde 1948, perceberemos que na maioria delas o Egito teve participação principal. Os EUA para impedir outras guerras do mundo árabe com Israel, preferiu financiar uma ditadura no Egito que fosse amiga tanto dos EUA quanto de Israel. Sem o Egito para reunir os outros países contra Israel, houve um período de não invasão no território judeu. Desde que assumiu, Hosni Mubarak recebia uma grande quantia dos EUA para ajudar na manutenção e melhoramento do exército, agora, que esse exército não “pertence” aos EUA, ele pode ser usado contra. Quando os militares saírem do poder no Egito e abrirem espaço para um governo civil, provavelmente um partido extremista árabe ganhará, já que a maioria dos egípcios é árabe e fundamentalista. Com um governo árabe fundamentalista, uma nova guerra com Israel poderia vir, junto com vários outros países como o Irã, e agora com exércitos preparados, diferentemente das guerras anteriores.


                Os militares ainda não saíram do governo por que os americanos não têm interesses de que eles saiam do governo, afinal, eles estão fazendo de tudo para proteger seu baluarte de petróleo no Oriente Médio (leia-se Israel). Nos próximos dias talvez ocorrerá eleições para o parlamento egípcio para ser decidida a questão das eleições. Vejamos como os militares reajem a essas eleições e aos resultados delas para ver o que acontece. No meu palpite, acho que esse governo de transição vai permanecer por mais um tempo, pelo menos até que a situação no Oriente Médio receba um banho de “água fria”.

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