Hoje é aniversário de Oscar Niemeyer, mas eu assumo que gosto de muitos movimentos artísticos e artistas, mas ele eu não consigo gostar, e me desculpe para aqueles que gostam dele, mas prefiro não falar sobre ele, em compensação outro artista nasceu nesse mesmo dia, este seria Victor Brecheret. Nascido em 1894, em Farnese, na Itália, ele perdeu sua mãe logo cedo, e veio aos seis anos para o Brasil onde muito tempo depois foi naturalizado brasileiro devido a problemas jurídicos e judiciais.
Luta de índios Kalapalo (1951)
Brecheret durante a juventude estudou no Liceu de Artes e Ofícios de São Paulo, depois passou um certo tempo na Europa, o que foi muito útil para o seu estilo artístico, entrando em contato com vários artistas e movimentos. Ao voltar ele participa da Semana de Arte Moderna de 1922, onde expôs vinte obras, e logo em seguida inicia uma produção que se deslocava entre o Brasil, a Europa como um todo e a Itália em especial. Ele morreu em 1955.
Depois do banho (1945)
Suas esculturas são fabulosas, uma delas foi feita após ganhar um concurso para a produção de uma obra que perduraria por 33 anos para ser finalizada, o Monumento à Bandeira, na Praça Armando Salles de Oliveira, em frente ao Palácio Nove de Julho, sede da Assembléia Legislativa.
Monumento às bandeiras (1953)
Ao observar atentamente suas obras, é possível perceber que ele carrega em si ainda com muito vigor os traços escultóricos dos clássicos, os movimentos, a forma de distribuir o corpo, de posicioná-los e dar expressividade, mas ao mesmo tempo ele traz técnicas novas e um jeito moderno de renovar o clássico, e isso me agradou muito. É uma forma de ver a arte que me agrada, a fusão de movimentos, que a princípio não parecem se ligarem, mas que na verdade se combinam e se completam perfeitamente, e é algo também que é necessário perceber é que um movimento artístico não é nada sem a presença dos anteriores e contemporâneos, pois muito do que existe nos modernos se deve as técnicas e formas dos antecessores, muitos olham um movimento como se fosse único e totalmente original sem perceber que há a presença dos movimentos que os sucessores desprezavam dos anteriores, pois todos os movimentos artísticos são importantes e não dispensáveis (isso é uma discussão para mais adiante).
Graça 1 e 2
Seu estilo se aproxima do expressionismo e do cubismo, em geral em pedra ou metal, com temas religiosos, anatômicos e culturais, suas obras possuem vida e expressividade, além de equilíbrio (por mais que algumas vezes as peças parecem estar em um desequilíbrio que esteticamente fica muito curioso e inusitado) e acabamento bem feito.
Fauno (1942)
Brecheret é um verdadeiro artista e uma pessoa que merece nosso reconhecimento e apreciação. Para aqueles que não gostam muito do estilo e do movimento moderno, ao menos deveriam tentar entendê-lo e perceber o quão próprio ele foi, e ao meu ver é uma boa técnica de esculpir, acho que vale a pena conhecer mais a fundo este grande artista.
Musa impassível (1909)
Eu tenho de confessar que essa é minha preferida, desde antes de saber que era dele eu já a admirava, acho divino esse movimento do corpo, a sensação de grandiosidade e imponência, mas sem arrogância, definitivamente essa para mim é a melhor obra dele, lógico, o que não obriga que quem ler goste, mas eu tinha de confessar meu fascínio por ela.
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