Na noite desse sábado, o primeiro ministro italiano Silvio Berlusconi, o mesmo que resistiu a dezenas de denúncias de corrupção, sexo com menores, atividades mafiosas e por 50 votos de confiança no senado, renunciou ao cargo que ocupava desde 1994. A crise econômica que afeta a Europa chegou com força na Itália essa semana, o que levou a vários protestos no país, desencadeando novos “furos” contra o primeiro ministro, que para tentar ajudar o país, anunciou sua renúncia.
A grande dívida italiana, que chega a quase a dois trilhões de euros, é uma das maiores dívidas da união européia, dívida essa que foi criada através dos anos, mas que nunca havia sido grande problema, pelo menos não um problema maior do que já é, até a crise econômica chegar na Europa. Com a crise abatendo a confiança nos investidores, a dívida que no ano passado tinha cerca de 4,6% de juros sendo cobrados ao mês, fez os juros aumentarem a casa dos 6%, abalando seriamente a economia italiana. Na última quarta-feira os juros chegaram aos 7%, número que fez vários países do bloco europeu, como a Grécia e Portugal a pedir ajuda financeira, o que criou caos na balança econômica italiana. Tal aumento dos juros se dão devido a falta de confiança que os investidores, tanto estrangeiros quanto nacionais, tem em que o governo italiano pagará sua dívida. Quanto menos confiança, maior os juros. Silvio Berlusconi, vendo seu país afundar cada vez mais, propõe a câmara dos deputados um pacote de austeridade econômica, que prevê vários cortes de gastos, aumento de impostos e aumento da idade de aposentadoria para tentar equilibrar o orçamento italiano até 2014. Tendo em vista que no anúncio desse pacote vários protestos surgiram no país, Berlusconi se comprometeu a renunciar ao cargo que exercia se o pacote fosse aprovado, o que aconteceu no dia de hoje.
A questão que fica é: será que surgira um nome forte para substituir o político que rege a Itália com mãos de ferro há 17 anos? Já foi visto que em tempos conturbados de crise econômica, uma crise política pode agravar a má situação econômica que o país passa, e pode ser fatal para um país que está endividado em 120% do PIB. Mais um país da Europa se vê as portas da bancarrota. Se essa crise durar muito mais tempo, por quanto tempo os países ricos da União Européia continuarão a dar auxílios econômicos aos países quebrados? Por quanto tempo poderão continuar com essas políticas sem entrar na crise também?
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