Em minha vida sempre observei muito o que as pessoas fazem umas com as outras e consigo mesmas, sem nunca entender a que ponto seguimos, apenas seguimos. Não entendo a violência tanto quanto não entendo o amor, e isso me torna um espectador frustrado. Talvez o fato de eu nunca ter agredido alguém com real vontade (das vezes que tentei hesitei), tanto quanto nunca amei por completo, mas observo os outros e tento entender por meio daqueles que me falam sobre essas questões o que realmente são essas duas partes de um todo.
Vejo milhares de pessoas dizendo amarem outras e em questão de tempo estarem as odiando com toda a força, e isso me faz questionar, o que é o ódio? O amor? A tristeza ou alegria? Infelizmente não existe uma única resposta e talvez nunca haja. A humanidade sempre viveu esses dilemas, dos quais sempre viverão. Alguns amam sem querer, outros querem e não conseguem, e muitas formas de sentir se confundem em meio aos acontecimentos. Muitos ajudam querendo algo em troca, e percebo que elas não percebem isso, e elas vão vivendo sem entender que dentro delas existem duas formas de existir que andam em total equilíbrio, mas, que devido a nosso egoísmo, terminamos fazendo algo que não deveríamos.
Não quero aqui dizer o que sejam, ou algo do tipo, para mim amar é respeitar, é sentir pelos outros como se eles fossem mais importantes do que a si mesmo, sem esquecer que você mesmo existe e tentar fazer o outro feliz e completo, mesmo que você tenha de sacrificar algumas coisas, mas não sacrificar o outro, mas a si mesmo. E o ódio seria a vontade egoísta de que o mundo se torne aquilo que ele considera perfeiro (o que nunca irá ocorrer) e para isso ele se repudie de tudo. Mas, enfim, só queria fazer as pessoas pensarem se o que elas fazem realmente é bom e necessário, ou se o que eles querem é seu mundo perfeito custe o que custar, e não permitem nem ao menos comportar o mundo dos outros e quem sabe tornar tudo em um mundo onde possa se sobreviver, e esquecer que possivelmente alguém não gosta. Ninguém sabe. Não estou dizendo que as pessoas estão erradas, mas sinto como se as pessoas se iludissem com projetos e histórias maravilhosas de condições perfeitas procurando fujir daquilo que o fez sofrer durante sua vida.
Muitas pessoas, querendo acertar, terminam errando e prejudicando outras, e levam ao sofrimento destas de uma forma irreversível. E quando eu vejo seres humanos que querem amar, mas não podem, pois a sociedade não permite, pois uma idéia (que para mim funciona mais como uma aposta), uma ideologia, uma suposição do que deve ser feito, atrapalha de forma radical a vida dessas pessoas, e aquelas que causam tamanho problema ainda se consideram certas (tenho de reconhecer que seguindo o pensamento eles tem coerência, mas seguindo o pensamento do outro ele está incorreto). Isso faz todos entrarem em conflitos desnecessários e danos uns aos outros sem perceber que todos estão se prejudicando, pelo simples fato de se perderem nesses dois termos que parecem tão simples mas que se tornam tão complexos: "amor" e "ódio".
Então quero deixar aqui meu pedido a todos aqueles que lerem. Tentem fazer o bem, não porque alguém disse que era para fazer aquilo ou porque você leu em algum canto que você deve fazer algo, mas faça quando você vir que aquilo for bom e importante para o outro e quando você fizer algo com o outro, pense se aquilo causa sofrimento ao outro, se ele sentirá dor, não raiva superficial de momento, mas dor existencial, espiritual e psicológica. Nesse caso você deve pensar se você gostaria de sentir isso, de ter vergonha de andar na rua por ser o que é, de amar quem queres, acreditar, viver e ser feliz a sua maneira, pois fazer os outros sofrerem para que o nosso mundo se torne melhor, não torna o mundo melhor, só torna algumas pessoas mais satisfeitas e outras em grande sofrimento e aflição. Ainda assim, não importa o quanto façamos, sempre existirão pessoas que precisam de algo para melhorar seu mundo e isso nunca irá se acabar.
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