sábado, 22 de outubro de 2011

A Líbia está livre?

    O Coronel Muammar Kadafhi morreu na quinta-feira 21/10, pondo um fim a um período de 42 anos no poder da Líbia. Desde o começo do ano o mundo árabe está sendo o palco de uma série de revoluções que estão tirando do poder os velhos ditadores implantados na década de 1980 e tentando instaurar uma democracia. A Líbia viveu uma verdadeira guerra civil, desde fevereiro ocorrem conflitos entre forças rebeldes e tropas leais ao governo, acabando com a vida de milhares de pessoas.

   No caso líbio, a ditadura do Kadafhi, mesmo sendo repressiva, mantinha um país totalmente tribal unificado, coisa difícil até para as maiores democracias. Penso que após essa guerra civil "acabar" logo ocorrerão outros conflitos, para decidir que tribo ficará no poder. Em um caso como esse seria bom pensar se a derrota da ditadura seria boa para o país. Se não fosse pelo petróleo líbio, a ONU nunca teria pedido para as potências enviarem tropas, e em pouco tempo, as revoltas cessariam, devido ao grande poder de fogo do coronel. Agora, depois de meses de conflitos e milhares de mortos, o fim para essa guerra pode não estar próximo. A democracia é o alvo para esses países, mas não se pode pegar o ideal democrático e enfiar goela a baixo. 
   Não estou justificando uma ditadura, isso, nos tempos de hoje, é insustentável, mas em certos casos deveria se avaliar se criar uma grande guerra civil é realmente a saída para o bem-estar futuro da população local. E agora com um governo "acéfalo" será muito fácil tirar dos líbios a independência que eles tinham, ou vocês pensam que toda essa ajuda militar saiu de graça? Demorará muito tempo para a Líbia pagar todas as dívidas por ter feito a guerra civil e para reconstruir o país. Por isso falo que, do ponto de vista econômico-social, ter deixado o Kadafhi no poder seria a atitude menos danosa para o povo líbio.
  É preferível um país com boa situação sócio-econômica dirigida por um ditador, ou um país que terá sua economia em frangalhos, liderada por algum "puxa-saco" das grandes potencias? 

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